A noção de Deus como Pai surge de maneira clara na Bíblia, especialmente com os ensinamentos de Jesus. Nos textos do Antigo Testamento, Deus é geralmente visto como o Criador e Protetor do povo de Israel, com algumas referências paternais indiretas, como em Deuteronômio 32:6, onde Ele é chamado de Pai pelo cuidado e orientação dados ao seu povo. Porém, essa figura de Pai era mais associada à autoridade e liderança do que à intimidade.
Foi no Novo Testamento que a ideia de Deus como Pai ganhou profundidade e proximidade, principalmente através dos ensinamentos e orações de Jesus. Ele chamava Deus de “Pai” e até de “Abba”, um termo aramaico que significa algo próximo de “paizinho”, sugerindo uma relação carinhosa e íntima. Ao ensinar a oração do Pai Nosso (Mateus 6:9-13), Jesus convida Seus seguidores a se dirigirem a Deus com essa mesma proximidade, transformando a compreensão de Deus de uma autoridade distante para um Pai amoroso, disponível e acessível.
É fácil se deixar consumir por afazeres e ansiedades, esquecendo de reconhecer o quanto Deus concede generosamente, diante de toda a correria cotidiana. Apesar disso, o pastor Francisco Parisi, da Igreja Batista Adonai, no bairro Cidade dos Funcionários, Fortaleza/CE, ensina que o amor de Deus não é apenas algo a ser contemplado, mas um exemplo prático para as relações humanas. Para ele, Deus não deve ser visto como um Senhor distante e inatingível, mas como um Pai próximo e amoroso, com quem se pode desenvolver uma relação de intimidade e confiança. É esse amor divino, argumenta o pastor, que convida a viver com mais compaixão e a refletir essa proximidade nas relações cotidianas.