O Reino Unido alcançou um ponto histórico em sua trajetória espiritual, ao entrar oficialmente em sua “primeira era ateísta”, conforme relatado por pesquisadores envolvidos no projeto “Explicando o Ateísmo”. O estudo, liderado pela Queen’s University Belfast, concluiu que o país, antes conhecido por sua rica tradição cristã, agora tem uma maioria relativa de pessoas que se identificam como ateias ou sem religião.
Com base em entrevistas com quase 25.000 pessoas em seis países — Brasil, China, Dinamarca, Japão, Reino Unido e EUA — o estudo buscou entender por que certos indivíduos e nações se distanciam da crença em Deus. Os números coletados de pesquisas como o British Social Attitudes Survey e o World Values Survey corroboram essa conclusão: o Reino Unido, outrora majoritariamente cristão, agora vê uma divisão quase igual entre crentes e não crentes.
Os dados revelam que, em 2021, mais da metade dos britânicos (52%) afirmaram não seguir nenhuma religião, e um quarto deles disse não acreditar em Deus. Um estudo anterior entre 2017 e 2022 mostrou uma divisão quase exata entre aqueles que acreditam e aqueles que não acreditam em Deus. O Censo de 2021 também indicou um aumento no número de pessoas que se identificam como “sem religião”, enquanto o número de cristãos caiu para uma minoria pela primeira vez.
A Dra. Lois Lee, da Universidade de Kent, afirmou que o Reino Unido está experimentando sua primeira era verdadeiramente ateísta, embora o ateísmo tenha sido presente na cultura britânica por meio de figuras como Karl Marx e George Eliot. Contudo, somente agora o número de ateus ultrapassou o de crentes.
De acordo com Christian Today, o estudo revelou que os principais fatores que influenciam a crença em Deus são a educação dos pais e as pressões sociais. Interessantemente, muitos ateus e agnósticos ainda mantêm algum tipo de crença no sobrenatural, desafiando a noção de um ateísmo puramente secular.
O declínio da fé no Reino Unido reflete uma mudança cultural mais ampla que, para os cristãos conservadores, levanta preocupações sobre a crescente secularização da sociedade e o impacto da ausência de uma cosmovisão cristã nas futuras gerações. Como Jesus advertiu: “Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18:8). Em tempos de aumento do ateísmo, a Igreja é desafiada a reafirmar sua missão de evangelização e discipulado.