O assassinato de Marcelo Pérez, líder cristão e ativista indígena em Chiapas, México, repercutiu profundamente na comunidade cristã e entre defensores de direitos humanos. Conhecido por seu compromisso com a justiça e pela mediação de conflitos sociais em uma das regiões mais violentas do México, Pérez foi morto por dois homens armados em uma motocicleta, enquanto retornava de San Cristóbal de las Casas.
A tragédia evidencia o impacto devastador da violência promovida pelo crime organizado no México, um país onde a Igreja e líderes comunitários frequentemente se tornam alvos por defenderem os mais vulneráveis e denunciarem injustiças.
A situação no estado de Chiapas é alarmante. Somente nos primeiros oito meses de 2024, a violência local culminou em quase 500 homicídios, um aumento significativo em relação aos números do ano anterior. Pérez já havia alertado sobre a escalada de violência, que ele chamou de “bomba-relógio”, e testemunhou como ele próprio era ameaçado pelos grupos criminosos que operam na região. Em 2015, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) havia emitido medidas cautelares para sua proteção, dada a sua atividade pública e os riscos que enfrentava.
Para os cartéis e grupos de crime organizado, líderes cristãos como Pérez representam uma ameaça, não por sua fé, mas porque o trabalho pastoral de assistência, mediação e denúncia impacta as operações desses grupos. Segundo a organização Portas Abertas, que acompanha a perseguição religiosa em várias partes do mundo, tais líderes são vistos como inimigos por interromperem atividades criminosas e promoverem valores de paz e justiça.