No Nepal, um país de maioria hindu, onde tradições religiosas são transmitidas de geração em geração, uma história de transformação está impactando vidas. Pulmaya*, uma ex-feiticeira profundamente envolvida em rituais hindus, encontrou Jesus através das histórias bíblicas contadas por seu neto. A conversão, porém, trouxe também a dura realidade da perseguição religiosa.
Brian, da organização Global Christian Relief, compartilhou a jornada de Pulmaya. “No Nepal, a religião é passada de boca a boca, através de histórias e tradições familiares”, explicou ele, destacando o papel que a oralidade tem na preservação da fé.
Pulmaya não sabia ler nem escrever, uma realidade comum em muitas partes do país, onde cerca de 23% dos adultos são analfabetos. Sua vida era regida pelos espíritos malignos, que a obrigavam a seguir regras rígidas, inclusive sobre o que podia ou não comer. “Eu tive que comer comida diferente da minha família porque os espíritos me disseram o que eu tinha permissão para comer”, ela relatou.
Segundo Christian Relief, tudo começou a mudar quando seu neto, que havia começado a frequentar uma igreja cristã, passou a compartilhar o evangelho com ela. Ele lia o Novo Testamento para Pulmaya, e aquelas palavras começaram a trazer alegria ao seu coração. Após mais de um ano ouvindo as histórias bíblicas, ela tomou coragem para ir à igreja. “No primeiro dia, senti muita vontade de chorar. Eu encontrei o que estava procurando”, contou Pulmaya emocionada.
A transformação foi gradual, mas poderosa. A ex-feiticeira passou a receber visitas de pastores que compartilhavam o amor de Deus. Eventualmente, Pulmaya aceitou Jesus como seu Salvador e foi batizada. “A igreja no Nepal está crescendo rapidamente”, comentou Brian, observando que os cristãos se reúnem fielmente todos os domingos para adorar, apesar dos perigos.
Entretanto, a nova fé de Pulmaya trouxe consigo a rejeição e o isolamento. No Nepal, um país que persegue ativamente os cristãos, crentes são vistos como uma ameaça à ordem social. A comunidade hindu de Pulmaya a afastou, e até seus parentes a abandonaram. “Eles disseram que ninguém me queria, e eu fui até ameaçada de que ficaria sozinha. Meus pais e irmãos me abandonaram”, relatou Pulmaya sobre a rejeição que enfrentou.