Segundo o Sistema de Informações em Saúde para a Atenção Básica (Sisab) de 2023, foram realizados quase 30 milhões de atendimentos por conta do diabetes mellitus (DM) nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em todo o Brasil e a maioria (65%) das pessoas era do sexo feminino.
O Sisab revelou ainda que, em 2023, cerca de 20 milhões de pessoas conviviam com a doença, representando 9,4% daquelas que passaram pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no ano.
A endocrinologista Simone Turcato explica que o DM é uma doença crônica caracterizada pelo aumento de glicose (açúcar) no sangue. “Isso ocorre por uma ação e/ou produção inadequada de insulina e, quanto menor for a ação e produção de insulina, mais intensos serão os sintomas.”
Ela conta que a obesidade e o sedentarismo hoje são os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença. E, ainda que negligenciada por muitas pessoas, essa enfermidade precisa ser cercada de cuidados e atenção, afinal, no último balanço do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), em 2022 ela causou 78,8 mil óbitos, além de milhares de amputações. O SUS registrou, entre janeiro e agosto de 2023, mais de seis mil amputações de membros inferiores (pernas e pés) por conta de diabetes, o que equivale a mais de 28 ocorrências por dia.
Uma das ações para conscientização e prevenção da doença é a campanha Novembro Azul. Para se prevenir contra a doença e suas complicações, além de cuidados e acompanhamento médico, Simone recomenda “a alimentação adequada com regularidade e atividade física. São hábitos fundamentais para evitarmos tanto a hipoglicemia quanto a hiperglicemia”.
A nutricionista Thais Verdi avalia que “a educação nutricional empodera a pessoa para entender como diferentes alimentos afetam sua glicose e promove escolhas conscientes e sustentáveis”.
Ela ainda ressalta a necessidade de ficar atento ao controle do índice glicêmico (IG). O diabético pode combinar alimentos de IG mais alto com fontes de fibra para equilibrar a resposta glicêmica. “Invista no acompanhamento com um nutricionista para entender melhor o impacto da alimentação no controle do diabetes e otimizar a qualidade de vida”, conclui Thais