O mundo está sofrendo as dores de parto. Está em convulsão. A natureza se contorce de dores, com cólicas intestinais, aguardando o dia da sua redenção. Abalos sísmicos sacodem a terra, deixando suas colunas abaladas. Tsunamis e maremotos empurram o mar para dentro da terra, trazendo inundações avassaladoras. Enchentes monstruosas, fazem os rios transbordar, provocando inundações que arrancam casas, invadem cidades, deixando para trás um rastro de destruição. Secas severas, incêndios gigantescos, devastam a flora e a fauna. A natureza está gemendo. São as trombetas do Apocalipse que atingem a terra, o mar, os rios, os astros e os homens.
Os homens estão perplexos e atordoados por esses fenômenos. Mais do que isto, estão aturdidos pelas suas próprias loucuras. A violência nas ruas está se tornando selvagem. A disseminação das drogas, incentivada por uns, comercializada por outros e consumida por tantos vai destruindo a saúde física e mental da população. A promiscuidade revela a desfaçatez de uma sociedade que perdeu o pejo, e à luz do dia se entrega, sem pudor, às mais aviltantes mazelas morais. A sacralidade da vida é aviltada desde o ventre. Os pilares que sustentam a família são atacados com rigor desmesurado. Crianças são abusadas, velhos são desrespeitados e a dignidade do casamento escarnecida. É o colapso de uma sociedade que empurrou Deus para a lateral da vida.
Nos altos comandos da nação, não raro, homens desprovidos de castiços valores morais são guindados ao poder. Legislam e governam à parte da justiça e sem qualquer responsabilidade com a coisa pública. A corrupção corre solta como uma doença maligna que vai destruindo a esperança do povo. Os suados recursos que deveriam ser destinados ao bem-estar da população são desviados, desavergonhadamente, para abastecer os bolsos insaciáveis das sanguessugas que se encastelam no poder. Nas cortes, nem sempre a justiça é praticada. Muitos inocentes são tidos como culpados e os culpados saem de cara limpa dos tribunais como inocentes. Mudam os partidos na dança das cadeiras, mas o mecanismo da corrupção continua corroendo o progresso da nação.
Nesse cenário cinzento, muitas igrejas abandonaram o puro e simples evangelho, o evangelho da cruz, para capitular-se a um evangelho humanista, centrado no homem. Outros abraçam uma religião sincrética, com laivos de paganismo. Há aqueles que, embora subscrevam uma fé ortodoxa, estão áridos como um deserto, tendo apenas luz na mente, mas sem nenhum calor no coração. O secularismo avança. O desinteresse pelas coisas espirituais cresce. O ateísmo alarga suas tendas. Vivemos uma cultura anticristã e pós-cristã.
Esse diagnóstico aponta-nos para o tempo do fim e conclama-nos a uma volta para Deus, enquanto é tempo. A solução para o mundo não está nos recursos da terra, mas na intervenção do céu. Não está no expediente humano, mas na ação divina. É tempo de nos voltarmos para Deus, pois só nele há esperança!