A disputa eleitoral em São Paulo passou longe do que o candidato esquerdista Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), gostaria de imaginar, algo que foi destacado em tom de ironia pela vereadora evangélica Sonaira Fernandes, que lidera a Secretaria Estadual de Políticas para a Mulher no governo Tarcísio de Freitas.
Nas redes sociais, Sonaira lembrou que Boulos perdeu até para as abstenções, que totalizaram 2.940.360 milhões de votos. O esquerdista, por outro lado, recebeu 2.232.901 da votação (40,65%), uma diferença para menos de 707.459 votos.
“Boulos perdeu até para as abstenções, e de lavada”, ironizou Sonaira, fazendo em seguida uma referência à liderança do candidato sobre o Movimento Sem Terra (MST). “Mais pessoas preferiram ficar em casa do que votar naquele que as invade.”
Para a secretária, a derrota expressiva de Boulos é um claro indicativo da rejeição dos paulistas às propostas da esquerda. De fato, dos cinco apoios mais importantes do presidente Lula no segundo turno, em nível nacional, apenas um saiu vitorioso, em Fortaleza. Na Grande São Paulo, o PT conquistou apenas uma das 39 prefeituras.
“O projeto de Lula 2.0 acabou antes mesmo de começar, pois Boulos mais que perdeu: levou uma surra eleitoral dos paulistanos. Não poderia haver uma demonstração maior de rejeição ao lulopetismo e aos comunistas”, comentou Sonaira.
A rejeição a Boulos também reflete a forte atuação dos evangélicos no cenário político local. Fatores como uma publicação feita pelo Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) em março desse ano, por exemplo, impactaram negativamente a candidatura do esquerdista.
Na Páscoa, o MTST fez uma publicação dizendo que “bandido bom é bandido morto”, em alusão à pessoa de Jesus Cristo, causando forte indignação entre os evangélicos.
O reflexo da conduta cristofóbica do movimento ligado a Boulos se refletiu no apoio popular.
Uma pesquisa AtlasIntel, por exemplo, divulgada em maio, mostrou que o atual prefeito (agora reeleito) de São Paulo, Ricardo Nunes, é o preferido entre os evangélicos, obtendo 48,3% da preferência dos entrevistados, contra 19,3% para o esquerdista.