O ministro da Defesa, José Múcio, revelou recentemente que o governo brasileiro, sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, interferiu em uma licitação do Ministério da Defesa devido a razões ideológicas relacionadas ao conflito entre Israel e o grupo Hamas.
“Houve agora uma concorrência, uma licitação… Venceram os judeus, o povo de Israel, mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos… Nós estamos com essa licitação pronta, mas, por questões ideológicas, nós não podemos aprovar”, disse Múcio em evento com a Confederação Nacional da Indústria em Brasília nesta terça-feira, 8 de outubro.
Segundo O Antagonista, Múcio revelou que uma empresa israelense venceu o processo de licitação, que previa a compra de 36 veículos blindados. No entanto, em razão das tensões políticas internacionais decorrentes da guerra em Gaza, a aprovação do contrato foi suspensa.
O ministro explicou que, apesar de a licitação já estar pronta, forças políticas no governo optaram por não seguir adiante com a compra, dada a associação com Israel e o contexto da guerra.
Múcio destacou que essa decisão foi influenciada por “questões ideológicas”, sem entrar em maiores detalhes sobre a extensão ou as justificativas desse bloqueio. Entretanto, a imprensa apurou que o ex-chanceler Celso Amorim, atualmente assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, teria sido o principal responsável pela interrupção da compra, em linha com as preocupações sobre o posicionamento do Brasil diante do conflito no Oriente Médio.
O bloqueio desse contrato ilustra o quanto a política externa do governo Lula continua a ser marcada por ideologias e por sua posição diplomática historicamente crítica a Israel. Desde o primeiro mandato de Lula, a política externa brasileira enfatiza a neutralidade e o equilíbrio no que diz respeito aos conflitos internacionais, mas também mantém um viés progressista que se alinha, em muitos casos, com grupos e países críticos ao governo israelense.
Paralelo com o Discurso Nazista
A suspensão da compra dos blindados israelenses por “questões ideológicas” pode ser vista sob uma ótica mais ampla e perigosa quando comparada a discursos de regimes totalitários do passado, como o nazismo. Durante a ascensão do nazismo na Alemanha, o regime de Adolf Hitler também justificava decisões políticas e econômicas com base em uma ideologia marcada por um profundo antissemitismo. A máquina de propaganda nazista frequentemente usava a “ameaça judaica” como pretexto para decisões de governo e justificava a discriminação, exclusão e perseguição de judeus com argumentos que apelavam para questões “morais” e “ideológicas”.