A popularização das “bets”, plataformas de jogos de azar online que ganharam força nacional através da atuação de influenciadores digitais, provocou a reação da Bancada Evangélica do Congresso Nacional, após a denúncia de que até mesmo beneficiários do programa Bolsa Família passaram a fazer apostas com o recurso social.
Em nota oficial publicada na última quinta-feira (26), a Bancada Evangélica lamentou o fato de beneficiários estarem empregando recursos do Bolsa Família para fazer apostas online, algo que desvirtua o objetivo do programa.
“A ajuda deveria garantir a dignidade e o sustento de milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade”, diz o documento. A Bancada argumenta, ainda, que o envolvimento dos beneficiários nesse tipo de atividade seria fruto da ilusão provocada pelos jogos de azar.
“Precisamos retirar do mercado empresas que se aproveitam da fragilidade econômica e emocional dos brasileiros, muitas vezes utilizando estratégias de marketing agressivas e enganosas”, ressalta a nota.
Para a senadora evangélica Damares Alves (Republicanos-DF), além do vício que os jogos de azar difundidos pelas bets costumam provocar, existe também o uso criminoso que alguns fazem dessas plataformas, como por exemplo para a lavagem de dinheiro.
“O que mais me traz para este debate é a questão da corrupção, da lavagem de dinheiro. Temos notas técnicas da PGR [Procuradoria-Geral da República] e da PF [Polícia Federal], de 2017, que já apontavam essa preocupação”, disse ela sobre o assunto.
O senador Magno Malta (PL-ES), que integra a Bancada Evangélica, também destacou a criminalidade como um dos problemas acarretados pelos jogos de azar, além do vício, também chamado de “ludopatia”.
“Sou firmemente contrário à legalização dos jogos de azar no Brasil, pois isso acarretaria consequências sociais e econômicas negativas, como o aumento da criminalidade, a exploração dos mais vulneráveis e os riscos de vício, entre outros”, concluiu o parlamentar, segundo a Games Magazine Brasil.