Somos a soma das decisões que tomamos. Antigamente era mais fácil decidir. As escolhas eram mais simples.
Comer por exemplo - escolhia feijão, arroz, salada ou batata frita, um pedaço pequeno de carne, e um suco de pobre. Hoje num self-service tem carne de vaca, porco, frango, e outras exóticas, massas variadas, sushi, peixes, legumes, saladas, fora as escolhas entre light, diet, açúcar, e o bufet tentador de doces. Até para tomar um cafezinho há que se fazer escolhas.
Menina estudava para o magistério, menino escolhia entre ser engenheiro, advogado, médico ou negócios. Casava com alguém do "sexo oposto", conhecido da vizinhança, tinha filhos e trabalhava até a aposentadoria. Até na religião era fácil, católico ou protestante e pronto.
Hoje existem escolhas sem fim - casar, não casar, juntar, ficar, separar, divorciar, homem e mulher, homem e homem, mulher e mulher, e até essa mistura toda. Ter filhos biológicos, parto normal ou cesariana, inseminação artificial, barriga de aluguel, ou o direito de nãos os ter. Aprender outra língua - qual? Morar noutro país - há tantos! Montar próprio negócio - qual? Estudar, o que? Fazer concurso público - dúvidas!
A vida podia ser menos excitante, mas era mais fácil acertar. Agora tudo é mais empolgante, mas as escolhas são feitas de forma apressada e de qualquer maneira.
A vida parece mais um jogo sem responsabilidade. Não é mais a ação de gente madura que verdadeiramente sabe o que quer; as escolhas são feitas sem base em princípios éticos e morais. As escolhas visam prazer, não a honra; sentimentos, não a razão; o bem de um, não o bem de todos; agradar o homem, não obedecer a Deus.