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Volta de Trump à Casa Branca beneficia Israel, avaliam analistas

Publicada em 07/11/2024 às 14:10h - 7 visualizações


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Volta de Trump à Casa Branca beneficia Israel, avaliam analistas
Cerimônia de assinatura dos Acordos de Abraão, estabelecendo laços formais entre Israel e dois estados árabes, ao lado de Donald Trump, na Casa Branca. (Foto: Shealah Craighead/White House Oficial)
Cerimônia de assinatura dos Acordos de Abraão, estabelecendo laços formais entre Israel e dois estados árabes, ao lado de Donald Trump, na Casa Branca. (Foto: Shealah Craighead/White House Oficial)

A análise de diversos especialistas consultados pela agência de notícias AFP sugere que a volta de Donald Trump à Casa Branca traz benefícios para Israel, após a vitória do candidato republicano nas eleições nos Estados Unidos, confirmada nesta quarta-feira (06).

Um dos entusiastas pelo retorno de Trump ao comando dos EUA é o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que junto com seus apoiadores, elogiaram o aliado que apoia Israel "incondicionalmente", de acordo com um líder do movimento dos colonos israelenses.

O resultado da reeleição do republicano é um alívio para a coalizão de Netanyahu, que teve atritos com o governo democrata de Joe Biden em razão dos conflitos na Faixa de Gaza e no Líbano, que geraram protestos e criaram uma onda de antissemitismo ao redor do mundo.

O primeiro-ministro israelense descreveu o retorno de Trump à Casa Branca como o "maior retorno da história".

Apesar dessas celebrações, a AFP diz que muitos dos especialistas que ouviu destacam a imprevisibilidade do futuro presidente americano, cuja política diplomática ficou marcada pelo isolacionismo e a confrontação durante seu primeiro mandato (2017-2021).

Por que a vitória de Trump gera entusiasmo?

Um dos motivos é o reconhecimento da soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, que estão em poder dos israelenses desde 1967, por Trump, mesmo o território sendo consideradas sírio pela comunidade internacional.

A administração Trump declarou que não considera as colônias israelenses na Cisjordânia como ilegais, uma posição que contraria o direito internacional.

Durante seu primeiro mandato, os diplomatas americanos promoveram os Acordos de Abraão, que restabeleceram a normalização das relações de Israel com diversos países árabes, uma iniciativa que muitos israelenses consideram uma forma de garantir a segurança de seu país.

O que os israelenses esperam de Trump?

Embora Israel esteja em guerra com o grupo terrorista Hamas há mais de um ano e tenha enfrentado reveses diplomáticos, Mairav Zonszein, especialista em Israel do International Crisis Group (ICG), afirmou que "a vitória de Trump fortalece Netanyahu".

Segundo ela, os dois líderes compartilham abordagens políticas "similares".

A nível internacional, vários analistas consideram que Trump favorecerá os interesses de Israel.

Yonatan Freeman, especialista em Relações Internacionais da Universidade Hebraica, afirmou que, "levando em consideração o que (Trump) disse e fez, espera-se que seja mais duro com o Irã", que é inimigo comum de Israel e dos EUA, além de ser aliado do Hamas na Faixa de Gaza e do Hezbollah no Líbano. 

Após sua eleição em 2016, o Donald Trump intensificou os gestos em apoio a Israel.

 Em dezembro de 2017, o presidente dos EUA reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, quebrando a neutralidade histórica da comunidade internacional.

Ele também transferiu a embaixada americana para a cidade sagrada, cuja parte leste está ocupada e anexada por Israel desde 1967.

Quais são os desafios para o relacionamento EUA-Israel?

Yossi Mekelberg, especialista em geopolítica israelense, diz que "às vezes é preferível lidar com pessoas previsíveis, mesmo que você não goste delas, do que com aquelas que são imprevisíveis".

Mekelberg destacou os confrontos ocasionais entre Trump e Netanyahu, especialmente em 2020, quando Trump contestou a vitória eleitoral de Biden e considerou uma traição o fato de Netanyahu ter parabenizado o democrata.

Desde então, Trump tem emitido declarações contraditórias, alternando entre reafirmar seu apoio a Israel e seu desejo de pôr fim à guerra em Gaza.

Os dois se encontraram em julho durante uma visita do primeiro-ministro aos EUA, o que demonstrou que eles haviam se reconciliado.

"Não se pode realmente analisar alguém que não tem uma linha de pensamento coerente", concluiu Mekelberg.




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