Em vídeo publicado nas redes sociais, o pastor Davi Nobre Rocha, da Assembleia de Deus do Rio Comprido (RJ), fez duras críticas à atual gestão da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), levantando uma série de denúncias sobre a condução da entidade.

Entre os pontos destacados estão uma suposta fraude no número de inscritos na 47ª AGO, mudanças estatutárias para impedir concorrência na eleição da diretoria e a transferência da sede da CGADB para São Paulo, decisão classificada pelo pastor como política e concentradora.

O vídeo foi gravado após a participação do pastor na 47ª Assembleia Geral Ordinária da CGADB, realizada no templo da Assembleia de Deus do Belém, em São Paulo. Segundo ele, havia uma diferença significativa entre os números divulgados oficialmente e a quantidade real de pastores presentes.

“Foi dito em plenário que haviam 4 mil pastores inscritos, mas isso não é verdade. Se teve mil pastores de fora de São Paulo, foi muito. A maioria não esteve presente porque não estão satisfeitos com o rumo que a CGADB vem tomando”, afirmou o pastor Davi.

Denúncia de manipulação e perpetuação no poder

Entre as principais críticas, o pastor cita alterações no modelo de eleição da mesa diretora da CGADB, que teriam dificultado a inscrição de chapas concorrentes. Ele também menciona supostas manobras para perpetuar uma única família no comando da instituição.

“Nós vimos um presidente ficar quase 30 anos no poder, e quando saiu, deixou o filho. Agora o filho é presidente desde 2017 e já está introduzindo o neto como líder da mocidade”, declarou.

Segundo ele, cargos estariam sendo oferecidos como moeda de troca por apoio político durante as eleições da CGADB, o que, segundo o pastor, compromete a integridade da instituição. Davi Nobre também relatou que a maior parte dos ministros da convenção não paga anuidade, o que deixaria a CGADB financeiramente fragilizada.

Sede transferida para São Paulo

Outro ponto polêmico abordado no vídeo foi a transferência da sede da CGADB de Vicente de Carvalho, no Rio de Janeiro, para São Paulo, sob o argumento de segurança. O pastor questiona essa justificativa e afirma que há interesses em transformar a CGADB em uma extensão do ministério do Belém, que comanda a Assembleia de Deus paulista.

“O Rio de Janeiro não é só Vicente de Carvalho. Poderiam vender o prédio e comprar salas na Barra da Tijuca, por exemplo. Mas não, querem levar tudo para São Paulo para que a CGADB e a CPAD sejam dominadas por um único grupo.”