O sociólogo Jessé Souza afirmou que o crescimento da população evangélica no Brasil pode transformar o país em um cenário extremista semelhante ao do Irã, com uma sociedade dividida entre uma elite “ocidentalizada” e uma maioria que ele considera presa em valores medievais.
Essa visão foi exposta durante a divulgação de seu livro “O Pobre de Direita: A Vingança dos Bastardos”, onde ele examina a mudança ideológica dos brasileiros das classes C, D e E e sua adesão crescente à fé evangélica, especialmente entre pentecostais e neopentecostais.
Souza expressou seu receio sobre um possível “Evangelistão” no Brasil, comparando o contexto ao de países como Paquistão e Afeganistão, governados por grupos radicais de maioria religiosa.
Em suas declarações ao UOL, o sociólogo ainda criticou a esquerda brasileira, acusando-a de “inexistente” e incapaz de apresentar uma proposta real de país, o que teria levado à ampliação da influência evangélica entre as classes mais baixas.
Souza destacou que, em sua percepção, o discurso religioso dessas igrejas “sacrifica o intelecto” e evita reflexões sobre a realidade social, reforçando seu temor de uma sociedade culturalmente dividida.