Um tribunal no Paquistão devolveu na sexta-feira a custódia de Diya Iftikhar, uma menina cristã de 16 anos, a seus pais, após ela ter sido sequestrada, convertida à força e casada por um homem muçulmano. A jovem foi sequestrada em 12 de setembro, na vila Chak No. 126-GB Sheroana, no Distrito de Faisalabad, Província de Punjab, por Ghazaal Jutt e dois cúmplices.
O juiz de Sessões Adicionais Jaranwala, Azhar Iqbal Ranjha, deferiu a petição de recuperação de custódia apresentada pela mãe da menina, Shahida Iftikhar. “Diya Iftikhar foi alvo de Ghazaal Jutt por causa de seu ódio contra a comunidade cristã de Jaranwala”, afirmou Asher Sarfraz, presidente-executivo da Christians True Spirit (CTS), que apoiou legalmente a família. “A menina foi sequestrada contra sua vontade e coagida sob a mira de uma arma a registrar uma declaração alegando que sua conversão ao islamismo e casamento com Jutt foram voluntários.”
O CTS havia solicitado um habeas corpus no Tribunal Superior de Lahore, mas a petição foi indeferida em 10 de outubro, pois a declaração de Diya foi considerada enganosa e feita sob pressão. Sarfraz declarou que “estava claro que Diya estava sofrendo abuso e violência nas mãos de seus sequestradores, que estavam usando o casamento e a conversão como meios de autoproteção”.
Na quinta-feira, o CTS apresentou uma nova petição de habeas corpus no Tribunal de Sessões de Jaranwala. O juiz, percebendo o medo e a ansiedade de Diya, mandou que todos os presentes deixassem a sala para que a menina pudesse falar livremente. Quando se sentiu segura, ela declarou ao tribunal que havia se convertido e casado contra sua vontade e expressou o desejo de retornar à casa dos pais, o que levou à devolução de sua custódia.
Após a audiência, a polícia escoltou Diya e seus pais para fora do tribunal devido a temores de represálias por parte dos suspeitos e seus parentes. Sarfraz ressaltou que “Diya é uma das poucas garotas que reúnem coragem para expor seus sequestradores no tribunal; a maioria das vítimas fica muito intimidada e com medo de falar contra seus opressores”. Ele também elogiou a juíza Ranjha por criar um ambiente seguro para Diya.
Sarfraz informou que estão considerando transferir Diya para um lugar seguro, pois “a acusada mora na mesma vila, e não será seguro para Diya retornar para sua casa tão cedo”. Ele expressou preocupação com o trauma psicológico e físico que a jovem sofreu durante o mês de provação e destacou a necessidade de apoio de um conselheiro.