Há um ano, 32 cristãos em três comunidades de Oaxaca, México, enfrentam ameaças de expulsão e restrições aos seus direitos fundamentais por causa de sua fé em Jesus. Autoridades locais acusam os cristãos de “perturbar a harmonia” por praticarem uma religião diferente da predominante nas aldeias.
Segundo Gonzalo Hurtado* (nome fictício por segurança), líder de um dos grupos perseguidos, o conflito começou em outubro de 2023, quando um pastor externo organizou uma campanha evangelística na região. Essa ação desencadeou a repressão, com autoridades religiosas e municipais exigindo que os cristãos renunciassem à sua fé.
Jorge Jiménez*, pesquisador da Portas Abertas, relata que, anteriormente, os cristãos podiam praticar sua fé, embora com algumas limitações, como a necessidade de sair das vilas para realizar cultos. No entanto, a situação se agravou e os cristãos passaram a ser alvos de ataques e pressões generalizadas.
Em novembro de 2023, as autoridades locais decidiram, por consenso, privar os cristãos de direitos essenciais, como o trabalho em suas próprias terras, além de restringir o acesso à educação para seus filhos. Foi imposta uma multa de 80 dólares para qualquer pessoa que lhes fornecesse alimentos ou suprimentos.
Em resposta, os cristãos buscaram proteção legal, o que intensificou a perseguição. Três deles foram presos durante uma noite e, sob ameaça de expulsão, pressionados a assinar um documento renunciando à fé. Caso não assinassem, teriam oito dias para deixar a comunidade.
A Portas Abertas, organização que apoia cristãos perseguidos, enviou equipes para ministrar e orar pelas comunidades afetadas. O treinamento “Permanecendo Firmes através da Tempestade” foi oferecido para fortalecer sua fé. O pastor Lauro Nuñez, colaborador da organização, tem visitado os cristãos, que, segundo ele, mantêm a esperança e a confiança na misericórdia de Deus.
Em dezembro, 16 cristãos de San Agustín* deixaram voluntariamente a comunidade devido ao corte de serviços básicos, como água e eletricidade, após violência crescente. Eles foram acolhidos por cristãos em um estado vizinho, enquanto parceiros locais da Portas Abertas continuam acompanhando os processos judiciais nas outras duas comunidades para assegurar sua liberdade religiosa.