A intolerância religiosa no estado de Oaxaca, no sul do México, tem se agravado de forma alarmante, resultando em deslocamentos forçados, violações de direitos humanos e até assassinatos. O mais recente desses ataques ocorreu em Cerro Cajón, no município de San Isidro El Arenal, San Juan Lalana, onde grupos tradicionalistas têm perseguido cristãos evangélicos e católicos romanos não conformistas.
Dez meses após o início dos conflitos, os cristãos da região têm sofrido intensos ataques, incluindo o desaparecimento de três mulheres, conforme denúncia feita por deslocados ao procurador-geral adjunto na bacia de Papaloapan. Além disso, os agressores incendiaram uma igreja evangélica, confiscaram terras, roubaram o gado e destruíram as casas de 13 cristãos. Segundo o pastor Yeraldo Hernández García, da Igreja Cristã Interdenominacional, “eles os têm como alvo simplesmente por serem cristãos”.
Os pastores que tentaram prestar ajuda também foram ameaçados. “Eles nos despiram, confiscaram nossos celulares e ameaçaram nos queimar vivos”, relataram. Apesar das ameaças, mantiveram sua fé firme, declarando: “Quer morramos, quer vivamos, pertencemos a Cristo”.
A Confraria de Pastores de Oaxaca denunciou a falta de ação das autoridades estaduais, especialmente da Secretaria de Governo do Estado (SEGO), que tem sido ineficaz em proteger os cristãos da perseguição religiosa. Desde novembro de 2023, os cristãos têm enfrentado perseguições sistemáticas, com suas casas sendo queimadas e suas terras tomadas.
Segundo Evangelical Focus, apesar da constituição mexicana garantir a liberdade de religião, muitas comunidades indígenas, como Cerro Cajón, se justificam com “usos e costumes” para proibir a prática de qualquer religião que não seja o catolicismo romano. No entanto, segundo Hernández, esses “usos e costumes” são, na verdade, pretextos para abusos e perseguições contra os cristãos.
Diante dessa onda de violência e perseguição, membros da Igreja Cristã Interdenominacional (ICIAR) se manifestaram em frente ao Palácio Nacional, em um protesto clamando por respeito à liberdade religiosa. Entre lágrimas e orações, manifestantes ergueram faixas pedindo o fim da intolerância e da violência contra os cristãos em Cerro Cajón e outras regiões.
Infelizmente, Oaxaca não é o único estado mexicano onde evangélicos enfrentam perseguição. Em Chiapas, a intolerância religiosa contra cristãos não católicos também persiste há muitos anos, reforçando a necessidade de uma resposta eficaz das autoridades para garantir os direitos fundamentais de liberdade de culto em todo o país.