A Mission Eurasia, em parceria com o Instituto para a Liberdade Religiosa (IRF) da Ucrânia, divulgou recentemente o relatório “Fé sob Fogo”, destacando a alarmante situação da liberdade religiosa em meio à guerra entre Ucrânia e Rússia. Segundo o documento, há evidências contundentes de que comunidades religiosas estão sendo sistematicamente atacadas, com mais de 630 locais de culto destruídos ou danificados nos últimos 21 meses de conflito.
“Este relatório revela uma realidade chocante onde igrejas e estruturas religiosas estão sendo alvo de destruição e apreensão, enquanto as liberdades religiosas são severamente restringidas”, afirmaram os autores. Eles alertam para a necessidade de uma resposta imediata da comunidade internacional diante dessa tragédia.
Entre os 630 locais afetados, pelo menos 206 eram igrejas evangélicas. “Mais de 200 igrejas evangélicas ucranianas foram destruídas desde a invasão russa”, destacou a Mission Eurasia. A maior parte dessas destruições ocorreu por ataques de mísseis, drones e artilharia russa, mas há relatos semanais de igrejas sendo saqueadas ou ocupadas por soldados russos para uso como bases militares ou esconderijos para posições de tiro.
As regiões mais afetadas incluem Donetsk, com pelo menos 146 locais destruídos, Luhansk, com 83, e Kherson, com 78. “Toda semana surgem novos relatos sobre o saque ou ocupação de outra igreja por soldados russos”, acrescenta o relatório.
Inicialmente, os soldados russos não viam as igrejas como ameaças, mas como simples centros de ajuda humanitária. No entanto, a partir de maio de 2022, a ajuda humanitária vinda de territórios ucranianos foi proibida, impedindo as igrejas de oferecer assistência aos necessitados.
Desde então, os soldados começaram a invadir casas de oração durante os cultos, conduzindo buscas e coletando informações pessoais dos membros presentes. “Eles exigiram planos de atividades das igrejas e até notas de sermões, podendo proibir cultos se algo lhes desagradasse”, aponta o documento.