Em um recente artigo publicado pelo International Christian Concern (ICC), Lisa Navarrette, uma especialista em Psicologia e Justiça Criminal, abordou o aumento alarmante de estupros cometidos por extremistas em várias partes do mundo como uma forma de perseguição cristã. Navarrette descreveu esses atos como uma grave violação dos direitos humanos, além de uma ferramenta de violência genocida e limpeza étnica. Segundo ela, o estupro é usado não apenas como uma forma de intimidação e degradação, mas também como um meio de destruir comunidades inteiras.
Os extremistas que cometem esses crimes o fazem com a intenção de alterar a composição demográfica de uma região, forçando mulheres e meninas cristãs a engravidar. Dessa forma, eles garantem que os descendentes pertençam ao grupo extremista, enquanto diminuem a presença da minoria perseguida ao longo das gerações. “Eles pretendem quebrar o espírito e a conexão de uma comunidade, infligindo profundo trauma físico e psicológico”, explicou Lisa. “Isso torna difícil para a comunidade se recuperar e reafirmar sua identidade cultural e étnica ao longo das gerações.”
Navarrette destacou que esses agressores visam apagar as identidades culturais e religiosas, destruindo a linhagem e a herança do grupo-alvo. A prática de estupro como arma de guerra e limpeza étnica tem sido historicamente usada para “reproduzir” minorias, incluindo cristãos, através de atos de violência genocida. O objetivo é não apenas causar danos físicos e psicológicos imediatos, mas também eliminar a continuidade cultural e genética das comunidades-alvo.
Em regiões como o Oriente Médio, África e Sul da Ásia, onde guerras e conflitos são comuns, o estupro é utilizado como uma arma para aterrorizar e desestabilizar comunidades cristãs, forçando-as a fugir em busca de abrigo. Grupos extremistas como o Boko Haram na Nigéria e o Estado Islâmico (ISIS) no Oriente Médio têm como alvos explícitos mulheres e meninas cristãs, submetendo-as a estupros, sequestros e casamentos forçados. Esses atos são frequentemente justificados por interpretações distorcidas de ideologias religiosas, com o estupro sendo utilizado como forma de punição e controle.
Navarrette também citou exemplos históricos, como o genocídio na Bósnia (1992-1995), onde forças sérvias atacaram muçulmanas e croatas em atos de limpeza étnica. Campos de estupro foram estabelecidos, onde mulheres eram sistematicamente estupradas com a intenção de forçá-las a engravidar. Em 1994, durante o genocídio em Ruanda, o estupro foi utilizado pela maioria hutu para aterrorizar e humilhar mulheres tutsis, muitas vezes com a intenção de transmitir HIV e destruir a linhagem tutsi através de gestações forçadas.
No Iraque e na Síria, o ISIS promovia abertamente a escravidão sexual de mulheres não muçulmanas. Nessa região, as vítimas eram sequestradas, escravizadas, vendidas em mercados e estupradas com o objetivo explícito de apagar suas identidades étnicas e religiosas por meio de gravidezes forçadas.