Foi um primeiro tempo elétrico em Belo Horizonte. Do tamanho de Atlético Mineiro e Vasco. Um primeiro tempo que começou com vantagem carioca, mas teve uma reação atleticana que vingou os 90 minutos para dar a vantagem ao time de Milito nas semifinais da Copa do Brasil: 2 a 1.
No Rio de Janeiro, ainda com uma indefinição sobre a data, o Galo pode jogar pelo empate para avançar até a final. Ao Cruz-Maltino, só a vitória interessa.
O JOGO
Foram 45 minutos de muitas histórias. Primeiro, a de um time organizado, com uma nova estratégia que parecia dar solidez defensiva. Com um gol de um ídolo que vai acalentando, aos poucos, os corações dos torcedores. Depois, de uma equipe que usou o que estava dando certo no rival a seu favor. Um jogo de silêncio, em um primeiro momento, dos donos da casa. Mas quem sorriu por último ao intervalo...
O Vasco mostrou mais intensidade no início do jogo. Com agressividade na pressão alta, conseguiu algumas recuperações no campo de ataque. Aos dez minutos, o Atlético conseguiu sair bem pela primeira vez, e Hulk ameaçou em chute de fora.
Quando o Galo começou a se adiantar em campo, o Cruz-Maltino partiu em contra-ataque. Vegetti recebeu pela canhota e temporizou para Emerson Rodríguez, que avançou até a área, cortou a marcação de Lyanco e deixou com Coutinho. O craque deixou Rubens no chão e bateu cruzado para abrir o placar na Arena MRV.
Os mineiros tiveram dificuldade para responder ao gol. Os cariocas, além de manter a intensidade e a agressividade na marcação, fechavam bem os corredores laterais. Na direita, com a dobradinha entre Paulo Henrique e Pumita. Do outro lado, com Emerson Rodríguez dando muito suporte a Piton. Arana foi obrigado a jogar mais por dentro. Lyanco, tão participativo no último terço contra o Fluminense, dessa vez nem passava pelo meio-campo.
Mas perto dos 30 minutos, após um bate e rebate na área, o Atlético conseguiu esboçar uma pressão. Paulinho ficou com sobre de bola de frente para Léo Jardim, que conseguiu fazer a defesa. Na sequência do escanteio, Lyanco mandou de cabeça e Léo Jardim fez outra boa defesa, no reflexo.
O bom momento resultou em gol aos 38. A jogada veio da conexão entre Hulk e Paulinho. Quando os dois estão juntos, geralmente algo bom nasce. E nasceu. Hulk recebeu do companheiro na direita da área e mandou no meio para a bonita conclusão de Arana. No ângulo, sem chance de reação de Léo Jardim. Golaço! Arana por dentro, afinal, deu certo...
Mas pela lateral... Pouco depois do empate, Arana recebeu pela esquerda, e cruzou na medida, para a infiltração de Paulinho, que se antecipou a Léo e marcou contra o time que o revelou. O time que não o repatriou vetado pela SAF. Paulinho colocou o Galo em vantagem, para a explosão da Arena MRV.
Restavam mais 45 minutos. Os cariocas tentaram mudar um pouco a história do jogo. Quase conseguiram logo no começo: Emerson Rodríguez recebeu cruzamento na área e deixou com Coutinho, que limpou o marcador e ajeitou para Sforza chutar. A bola passou perto da trave.
O Vasco começou a segunda parte no campo de ataque. Mas perdeu um pouco de gás com o passar do tempo. Rafael Paiva teve de buscar opções no banco, com Payet e Jean David. O Atlético parecia muito cômodo na partida, fechando bem os espaços do campo e sofrendo pouco.
Quando voltou a adiantar as linhas, voltou a ameaçar. 2 a 1 estava bom, mas era possível mais... E Alan Franco quase conseguiu em chute colocado de fora da área. A bola passou muito perto da trave. Em seguida, Hulk ia tentar cruzamento, mas a bola desviou em Maicon e quase acabou no fundo das redes.
O Alvinegro parecia mais perto do terceiro gol do que o Cruz-Maltino do empate. Battaglia, aos 33, recebeu cruzamento na área e mandou cabeçada muito perto da trave. Os cariocas pareciam aceitar mais o resultado e recuaram. Mas ainda tiveram uma chance do empate, com Payet, da entrada da área. O francês chutou de canhota, mas não pegou bem e mandou para fora. Terminou mesmo 2 a 1. E o outro capítulo da semifinal será escrito no Rio de Janeiro.