“Orando em todo o tempo no Espírito e para isso vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Efésios 6.18)
A oração é um dever a nós atribuído. Jesus contou uma parábola “sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lucas 18.1). Se reconhecermos que a oração é um dever, saibamos que, vinda do Senhor, é um fardo leve. Se considerarmos que é um dever, saibamos que, uma vez cumprido, trará recompensas. Jesus disse: “Bem-aventurados aqueles servos a quem o Senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá” (Lucas 12.37). Jesus também quer servir aos seus discípulos. E nós, como servos, sigamos seu exemplo nisso. Ao intercedermos, prestamos um duplo serviço: ao Senhor e ao próximo. A intercessão ocupa uma posição de destaque na vida cristã. Ela nos leva a participar do serviço que o Senhor presta aos santos e nos leva a gozar da comunhão com ele. Além do mais, o interceder nos mostrará a riqueza que há em podermos viver, inteiramente na dependência do Senhor. O ensino de Jesus revela o dever de “orar sempre e nunca esmorecer”. Paulo associa-se a Jesus, indicando: “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças” (Colossenses 4.2). E logo reforça: “orando em todo o tempo… vigiando com toda perseverança” (Efésios 6. 18). Ambos, Jesus e Paulo demandam dos discípulos que, “em todo o tempo”, estejam envolvidos na oração e na intercessão vigilante. Na Bíblia, vigiar e orar são palavras que andam juntas. Vigiar é uma defesa à oração, pois ela é um alvo que o inimigo quer atingir. Ele deseja impedir que ela chegue ao trono celestial. Estar alerta é tomar a atitude de defesa que nos impede de cair nas ciladas do inimigo.
“Súplica por todos os santos” é orar pelos irmãos na fé. Estamos envolvidos na mesma causa, consequentemente, precisamos desenvolver a mutualidade: “orai uns pelos outros” (Tiago 5.16). Lembremos que a igreja é um corpo, o corpo de Cristo no mundo, e todos participamos da mesma salvação. Sabendo disso, Paulo ensina: “De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam” (1 Coríntios 12.26) “Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si” (Romanos 14.7). Tenhamos a ousadia de entrar nessa missão, sabendo que a causa em que ela nos envolve, antes de ser nossa, pertence ao nosso Senhor. Ele é soberano sobre ela, e nos conclama a dela participarmos, intercedendo.
Na coletividade dos santos, a intercessão nos torna solidários, aproxima- nos, une-nos e leva-nos a caminhar juntos na mesma direção, mesmo quando separados pela distância. Além disso, ela trás benefícios individuais, pois descentraliza de si próprio, aquele que ora, libertando-o de ficar preso aos seus próprios problemas, necessidades e temores, que, cedo, o levarão a ser introspectivo e a ter um espírito de derrota. A intercessão é uma atitude responsável que realmente une em um só corpo os que se envolvem no combate da fé.
Precisamos pensar, também, nos santos que estão em provações, pressões, tensões, angústias, lembrando sempre dos irmãos da igreja sofredora. Intercedamos por eles. Isso fará a diferença. O Senhor responderá à oração da fé. Paulo lembra aos discípulos em Corinto das tribulações que sofreu na Ásia, situação que “foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida” (2 Coríntios 1.8), e conclui: “ajudando-nos também vós, com as vossas orações a nosso favor” (v 11). Que auxílio extraordinário a congregação de santos em Corinto prestou ao seu Apóstolo, vigiando com toda a perseverança e súplicas por ele. Só Deus sabe, em sua onisciência, quais e quantos são os frutos que a oração intercessora produzirá. Nosso coração, certamente, sempre se regozijará quando um testemunho mostrar que temos parte nessa vitória. Amém