Tem gente que não olha a dor alheia e tem gente que a olha com julgamentos. Tem gente que realmente não se importa e tem gente que se importa pelo modo inverso, espreitando e moldando o processo de quem sofre.
Para o que sofre pode ser trabalho árduo desfocar de olhares que não se importam com sua dor ou de olhares que a olham com perversidade, mas é necessário. Afinal, o olhar insensível ou maldoso, e por vezes inescrupuloso, raramente se alinha com a realidade da dor de quem sofre.
O importante é acolher o olhar de pessoas que aceitam manifestar o divino em sua pele e pupilas. Ser pele e pupila se presentifica no toque e no olhar compassivo, de perto.
Olhar a dor de perto pode ser feito a quilômetros, metros ou centímetros de distância.
É gente que chega com coragem, sem receio de olhar para a feiura de uma paisagem que foi alterada após intenso temporal.
É gente sem medo de olhar a dor diretamente nos olhos. E mesmo que a encontrem habitada por uma paz que não se explica, seguem ao lado para ajudar a reorganizar o cenário!
É gente que traz perfume nas mãos, apoio nos braços, generosidade nos olhos, fé nas orações e esperança nos corações.
É gente que fala e escuta, e além de flores, palavras e quitutes, traz pão, hortelã e manjericão.
Assim germinam novos aromas e sabores de esperança, visitando as sinuosidades da interioridade de quem sofre, como se propulsassem sinapses que interligam as engrenagens para o funcionamento da continuidade da vida.
Gente que olha a dor de perto faz a diferença pelo santo e sublime Ministério da Consolação!
“Consolai-vos uns aos outros” (1 Tessalonicenses 4:18).