Na manhã da última quinta-feira (24), um intenso confronto no Complexo de Israel, na Zona Norte, fechou a Avenida Brasil — principal via expressa do Rio de Janeiro — e deixou três pessoas mortas e outras três feridas.
O tiroteio iniciou durante uma ação da Polícia Militar (PM) nas comunidades da Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau, quando bandidos passaram a atirar em direção à Avenida Brasil.
A via chegou a ficar interditada nos dois sentidos, por cerca de duas horas. Na ocasião, passageiros e motoristas abandonaram os veículos e ficaram abaixados para se protegerem dos disparos.
Em vídeos compartilhados nas redes sociais, é possível notar o desespero das pessoas no local.
Uma mãe e filha, passageiras de um ônibus que trafegava pela via, foram flagradas deitadas no chão do veículo. A menina aparece chorando enquanto a mãe tenta acalmá-la.
“Para de gritar Sara em nome de Jesus, se acalma”, disse a mãe. E a filha respondeu: “Eu estou com muito medo”.
“Se você passar mal, não tem como a gente ser socorrida. Se acalma filha”, acrescentou a mãe.
Enquanto isso, os disparos continuam: “Mãe, eu to com medo. Eu quero sair logo daqui”, compartilhou Sara.
“Meu amor, calma, em nome de Jesus. Respira devagar, não tampa o rosto, respira”, afirmou a mãe que orava: “Misericórdia Jesus, nos guarde”.
Outros passageiros permaneceram deitados no chão do ônibus enquanto o tiroteio continuava.
Impacto do confronto
Além de afetar a mobilidade urbana, o confronto também impactou o funcionamento de 16 escolas da rede municipal e uma da rede estadual nas comunidades da Cidade Alta, Vigário Geral, Parada de Lucas, Cinco Bocas e Pica-Pau.
A operação ainda resultou no fechamento de dois Centros Municipais de Saúde (CMS) e da Clínica da Família Heitor dos Prazeres, localizados na região de Brás de Pina.