O governo do petistaLuiz Inácio Lula da Silva planeja destinar R$ 450 milhões para a compra de terras com o objetivo de acelerar a reforma agrária no Brasil, uma demanda antiga do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
De acordo com a Revista Oeste, esse investimento faz parte do programa Terra da Gente, lançado em abril, que busca reduzir a necessidade de invasões de propriedades pelo movimento.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que o governo utilizará esse montante até o final de 2024, sendo que até o momento já foram aplicados R$ 200 milhões. A previsão inicial do programa estimava que R$ 520 milhões seriam necessários para 2024, com a meta de assentar 73 mil famílias, segundo dados do Palácio do Planalto.
Além do investimento imediato de R$ 450 milhões, o governo identificou outros recursos, incluindo R$ 700 milhões restantes do ano 2000, ainda do governo de Fernando Henrique Cardoso. Somados a R$ 300 milhões em créditos que aguardam aprovação do Congresso, o total de R$ 1 bilhão será destinado à construção de casas para as famílias assentadas.
O Terra da Gente também prevê a adjudicação de terras de grandes devedores à União e o uso de terrenos sob posse do Banco do Brasil, medidas que necessitam da aprovação do Ministério da Fazenda. Durante o lançamento do programa, o governo destacou que o objetivo é aumentar em 877% o número de famílias assentadas até 2026, comparado ao período de 2017 a 2022. A meta é assentar 295 mil famílias até o fim de 2026, das quais 74 mil seriam novas e 221 mil já reconhecidas ou regularizadas.
O MST, que criticou o governo no início do mandato por suposta falta de apoio, agora se mobiliza para impedir o que chamam de “avanço da direita” em relação às invasões de terras.